JOSÉ FANHA
José Manuel Krusse Fanha Vicente nasce em Lisboa a 19 de fevereiro de 1951. Filho de oficial do exército e de professora de música, faz os estudos liceais no Colégio Militar de Lisboa entre 1961 e 1968.
Frequenta o Curso de Formação Artística da Sociedade Nacional de Belas-Artes em 1968/69.
Entre 1969 e 1976 tem experiências profissionais como jornalista (Record e Diário de Lisboa – Suplemento “A Mosca” -), desenhador de Arquitetura (Ministério das Obras Públicas, Ateliês dos arquitetos Maurício de Vasconcelos, Frederico Georges, Manuel Vicente) e copy de publicidade.
Em 1976 licencia-se em Arquitetura pela ESBAL.
Trabalha brevemente na empresa ESTIL como arquitecto.
É coautor do projeto de arquitetura do Centro Cultural da Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau (1978).
Entre 1978 e 2009 é professor efetivo do Ensino Secundário, tendo lecionado diversas disciplinas, entre as quais "História das Artes Visuais", "História da Arte em Portugal", "Teoria do Design", "Geometria Descritiva", "Técnicas de Expressão e Práticas de Representação”, “Educação Visual”, Atelier de Artes”, “Arte e Design”, etc.
Entre 1986 e 1989 é Orientador pedagógico na formação de professores da Área de Estudos Artísticos na Escola Superior de Educação de Lisboa.
Tem o estatuto de formador de formadores, concedido pelo Conselho Científico e Pedagógico da Formação Contínua da Universidade do Minho.
Mestre na área de Educação e Leitura pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa (2007).
Doutorando na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa na área de História da Educação e da Cultura Escrita.
Poeta, divulgador de poesia e declamador. Como tal, desde 1969, participou em milhares de sessões de animação cultural, acompanhando o grupo dos chamados baladeiros ou cantores de protesto, entre os quais José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Francisco Fanhais, Manuel Freire, José Jorge Letria, Carlos Alberto Moniz, etc, etc.
Dramaturgo e dramaturgista, autor de letras para canções e textos para rádio, guionista de televisão e cinema.
Participações pontuais como actor em teatro, televisão e cinema.
Sócio da Associação Portuguesa de Escritores e da Sociedade Portuguesa de Autores.
www.josefanha.com
BIBLIOGRAFIA:
NAMORADA JAPONESA DO MEU AVO, A
Jose Fanha
Editora: Gailivro
Colecção: Mundo A Minha Volta, O
ISBN: 978-989-557-920-4
Tema: Infantil / Juvenil
DIA EM QUE O MAR DESAPARECEU, O
Jose Fanha
Editora: Gailivro
Colecção: Extra Gailivro
ISBN: 978-989-557-213-7
Tema: Infantil / Juvenil
DIARIO INVENTADO DE UM MENINO JA CRESCIDO
Jose Fanha
Editora: Gailivro
Colecção: Extra Gailivro
ISBN: 978-989-557-147-5
Tema: Infantil / Juvenil
CANTIGAS E CANTIGOS PARA FORMIGAS E FORMIGOS
Jose Fanha
Editora: Terramar
Colecção: Extra Terramar
ISBN: 978-972-710-419-2
Tema: Infantil / Juvenil
ZULAIDA E O POETA E OUTRAS HISTORIAS
Jose Fanha
Editora: Gailivro
Colecção: Extra Gailivro
ISBN: 978-989-557-455-1
Tema: Geral
MEU AMIGO ZECA TUM TUM E OS OUTROS
Jose Fanha
Editora: Gailivro
Colecção: Mundo A Minha Volta, O
ISBN: 978-989-557-767-5
Tema: Infantil / Juvenil
ERA UMA VEZ A REPUBLICA
Jose Fanha
Editora: Gailivro
Colecção: Extra Gailivro
ISBN: 978-989-537-771-2
Tema: Infantil / Juvenil
ESDRUXULAS GRAVES E AGUDAS MAGRINHAS E BARRIGUDAS
Jose Fanha
Editora: Texto Editora
Colecção: Gramofone
ISBN: 978-972-47-4051-5
Tema: Infantil / Juvenil
HISTORIAS PARA CONTAR EM NOITES DE LUAR
Jose Fanha
Editora: Gailivro
Colecção: Extra Gailivro
ISBN: 978-989-557-678-4
Tema: Romance / Ficção
ALEX PONTO COM MARY LOBO A LAGOSTA ASSASSINA
Jose Fanha
Editora: Texto Editora
Colecção: Literatura Junior Serie Vermelha nº 6
ISBN: 978-972-47-4091-1
Tema: Infantil / Juvenil
Eu sou português aqui
Eu sou português aqui
Eu sou português
aqui
em terra e fome talhado
feito de barro e carvão
rasgado pelo vento norte
amante certo da morte
no silêncio da agressão.
Eu sou português
aqui
mas nascido deste lado
do lado de cá da vida
do lado do sofrimento
da miséria repetida
do pé descalço
do vento.
Nasci
deste lado da cidade
nesta margem
no meio da tempestade
durante o reino do medo.
Sempre a apostar na viagem
quando os frutos amargavam
e o luar sabia a azedo.
Eu sou português
aqui
no teatro mentiroso
mas afinal verdadeiro
na finta fácil
no gozo
no sorriso doloroso
no gingar dum marinheiro.
Nasci
deste lado da ternura
do coração esfarrapado
eu sou filho da aventura
da anedota
do acaso
campeão do improviso,
trago as mãos sujas do sangue
que empapa a terra que piso.
Eu sou português
aqui
na brilhantina em que embrulho,
do alto da minha esquina
a conversa e a borrasca
eu sou filho do sarilho
do gesto desmesurado
nos cordéis do desenrasca.
Nasci
aqui
no mês de Abril
quando esqueci toda a saudade
e comecei a inventar
em cada gesto
a liberdade.
Nasci
aqui
ao pé do mar
duma garganta magoada no cantar.
Eu sou a festa
inacabada
quase ausente
eu sou a briga
a luta antiga
renovada
ainda urgente.
Eu sou português
aqui
o português sem mestre
mas com jeito.
Eu sou português
aqui
e trago o mês de Abril
a voar
dentro do peito.
Poesia in Eu sou português aqui - Obras de José Fanha - Ulmeiro – 1995
DÓI-ME O PEITO
Dr.
dói-me o peito
do cigarro
do bagaço
do catarro
do cansaço
dói-me o peito
do caminho
de ida e volta
do meu quarto
à oficina
sem parar
sempre a andar
sempre a dar
dói-me o peito
destes anos
tantos anos
de trabalho
e combustão
dói-me o luxo
dói-me os fatos
dói-me os filhos
dói-me o carro
de quem pode
e eu a pé
Sempre a pé
dói-me o luxo
dói-me os fatos
dói-me os filhos
dói-me o carro
de quem pode
e eu a pé
sempre a pé
dói-me a esperança
dói-me a espera
pelo aumento
pela reforma
pelo transporte
pela vida e pela morte.
Dr.
já estou farto
de não ser
mais que um braço
para alugar
foi-se a força
e o meu corpo
é como o mosto pisado
como um pássaro insultado
por não poder mais voar.
Dr.
eu não sei ler
os caminhos
por dentro
dos hospitais
mas alguém há-de aprender
entre as rugas do meu rosto
o que não vem nos jornais
e não há nada no mundo
nem discurso
nem cartaz
capaz de gritar mais alto
que as palmas das minhas mãos
que o meu sorriso sem jeito,
José Fanha,
Eu sou Português aqui, ed. Ulmeiro
7 comentários:
Je ne connais pas cet artiste mais,à mon avis, il a de trés jolis poèmes. Je les ai aimés.
Adrianna Rocha nº1 11ºE2
Je ne connais pas ce poète mais je pense que ces deux poèmes écrits par lui sont beaux. Alors, je rechercherai connaître plus de travaux de lui.
Ana Machado nº3 11ºE2
Je ne connais pas ce poète mais, j'aime ce qu'íl écrit!
Ces deux poèmes de José Fanha sont très jolis!
Bisou
Cátia Alves nº6 11ºE2
Très joli!
À mon avis, ça a été un bon choix. L´écrivain est un bon poéte. J´aime bien son style.
Comme cet homme est moins connu, il doit ètre plus divulgué par la societé portugaise, sourtout dans les pays où on parle portugais.
Miguel Machado nº18 11ºE2
Cet écrivan, José Fanha, c'est une personne très habile.
Ses poèmes sont fabuleux et le premier poème m'a éveillé la curiosité pour lire d'autres.
J'admire José Fanha pour tout ce qu'il fait.
Fátima Silva Nº11 11ºE2
José Fanha est une personne très très instruite.
Cet écrivan est versatile, il participe à beaucoup de choses et il a du succés à tout ce qu'il fait.
J'admire ses poèmes et selon moi, cet écrivan est digne de tout le mérite que les personnes puissent le reconaitre.
Cristiana Maia Nº8 11ºE2
José Fanha, selon moi, a le dom de l'écriture.
À mon avis, ces poèmes sont très touchants. Le premier "Eu sou português aqui", nous montre que nous devons être orgueilleux d'être portugais et le deuxième "Dói-me..." nous parle de la vie malleureuse d'une personne.
J'admire beaucoup la versalité de cet écrivan! :)
Cristiana Carneiro 11ºE2 nº9
Postar um comentário